segunda-feira, 26 de maio de 2014

Musicalização: aula ou brincadeira?

Crianças abaixo de 6 anos e ainda não alfabetizadas também podem ter aula de Música. Além de professores treinados, o material didático é totalmente voltado para essa faixa etária.

Mesmo para crianças um pouco maiores (de 6 a 9 anos), as escolas costumam oferecer um tipo de aula em grupo ou individual que é chamada de Musicalização.

Nessas aulas, a proposta não é ensinar a tocar um instrumento musical específico ou a ler uma partitura, mas em expandir o universo musical da criança, desenvolvendo sua percepção e fazendo com que tenha contato com as diversas formas de manifestações sonoras. O contato prático se faz com instrumentos de iniciação mais fácil: flauta doce, percussão variada, teclado e canto.

Aliada ao fato de que crianças não conseguem manter a concentração, numa mesma atividade, por mais de 15 minutos, as atividades da aula de Musicalização são bem variadas e utilizam, também, brincadeiras conhecidas (jogo da memória, dominó, desenho, etc.) para introduzir e integrar os elementos musicais no cotidiano do aluno.

Inserida no contexto do universo sonoro em que vive e com o treinamento de sua percepção auditiva, a criança terá uma base sólida para, posteriormente, aprender a tocar um instrumento com mais facilidade, além de desenvolver um senso crítico que lhe permitirá uma apreciação musical mais criteriosa no futuro.



sábado, 17 de maio de 2014

8 passos de como estudar com metrônomo

Algumas pessoas apresentam dificuldade em tocar com metrônomo. Principalmente as que já estudam, há algum tempo, e nunca utilizaram um e nunca tocaram em grupo. Crianças, acostumadas desde o início, não apresentam dificuldade em aprender a acompanhá-lo. Mas como ele é fundamental no estudo musical (veja, também, no blog: 7 razões para estudar com metrônomo), sugiro 8 passos para incorporá-lo na sua rotina de estudo:

1) Ligue o metrônomo em 60 BPM (batidas por minuto). Bata palmas junto com a marcação. Se você perceber que está perfeitamente sincronizado com ela, pule para o passo 5. Se não estiver sincronizado (se não souber se está ou não, provavelmente não está), siga para o passo 2;

2) Coloque o vídeo (DVD ou encontre na internet) de uma música que você goste (de preferência, uma gravação ao vivo): bata palmas na pulsação da música, identificando auditivamente algum som/instrumento para você seguir. Se tiver dificuldade em identificar a pulsação, bata palmas acompanhando visualmente os movimentos dos braços do regente (se houver), ou pegue um trecho em que o cantor e/ou o público batam palmas junto com a música. Quando conseguir sincronizar visualmente, feche os olhos e tente acompanhar apenas ouvindo. Repita o procedimento com músicas e/ou trechos diferentes, até conseguir acompanhar com as palmas apenas ouvindo;

3) Agora, faça o mesmo usando somente o metrônomo: bata palmas acompanhando, visualmente, o movimento do seu pêndulo e/ou de suas luzes. Depois, acompanhe apenas ouvindo sua batida (sem olhar para o metrônomo). Treine em velocidades diferentes;

4) Estude sua peça contando os tempos do compasso em voz alta. Depois, substitua sua contagem pelo metrônomo (NÃO CONTE EM VOZ ALTA QUANDO ESTIVER USANDO O METRÔNOMO);

5) Coloque o metrônomo num andamento lento o suficiente para conseguir tocar sem erros (este será seu andamento inicial);

6) Depois que o andamento inicial estiver definido, acelere para o próximo ponto do metrônomo (no modelo digital, acelere 5 pontos) SOMENTE QUANDO CONSEGUIR EXECUTAR A MÚSICA SEM ERROS, DO INÍCIO AO FIM;

7) Continue acelerando até atingir um ponto acima da velocidade desejada: assim, tocará com mais facilidade quando voltar para o andamento ideal;

8) Quando for estudar num outro dia e não conseguir tocar no mesmo andamento da ultima vez, diminua o andamento até reencontrar uma velocidade mais lenta na qual consiga tocar sem erros. Repita todo o procedimento (retomando do passo 6) até que essa queda de rendimento não aconteça mais. 

Você não tem metrônomo? Além dos conhecidos modelos mecânicos com pêndulo (são os mais caros!), existem modelos eletrônicos, digitais e virtuais. Atualmente, existem várias e excelentes opções gratuitas em forma de software para computadores e de aplicativo para smartphones

Pessoas que estudam piano popular e possuem teclado com acompanhamento automático, podem utilizar um ritmo de bateria parecido com o da gravação original no lugar do metrônomo: além de ser mais divertido (seria como tocar numa banda), elas irão se acostumando a identificar a pulsação dentre os timbres diferentes e os diversos elementos a mais que a bateria faz.

terça-feira, 13 de maio de 2014

7 razões para estudar com metrônomo

Não somos máquinas: nosso relógio biológico oscila por diversos fatores. Quando executamos uma música na sua versão original, somos o canal de transmissão da concepção do compositor. Assim, temos que adaptar nossas intenções com as dele. Utilizar metrônomo torna-se o elemento chave desse treinamento. Suas funcionalidades:

1) Manter a pulsação: nosso cérebro não consegue processar informações novas com rapidez, pois precisa de tempo para codifica-las e delegar os comandos necessários aos membros (braços, mãos, dedos e pés). Com isso, temos a tendência natural de tocar devagar os trechos mais complicados e tocar rápido os trechos simples. Somente com uma pulsação regular você saberá se está fazendo a execução rítmica corretamente (duração das notas);

2) Saber, pela partitura, a velocidade que a música deve ser tocada: sem uma gravação como referência, só com o metrônomo podemos interpretar as indicações na partitura e descobrir o andamento correto de execução (veja figura abaixo);

4) Acelerar o andamento gradativamente durante o estudo: para que possamos, aos poucos, ir nos acostumando com a velocidade ideal de execução;

5) Controlar a freqüência cardíaca no momento da execuçãoo batimento cardíaco oscila de acordo com o estado emocional. Assim, temos a tendência de tocar mais rápido quando nossa pulsação está acelerada pela ansiedade, nervosismo ou empolgação (repare como a maioria das versões "ao vivo" das músicas pop são mais rápidas!) ou tocar mais devagar quando nossa pulsação está lenta pelo cansaço, tranqüilidade ou desânimo;

6) Participar de gravações em estúdio: que são, em quase sua totalidade, feitas com metrônomo;

7) Tocar seguindo uma pulsação "externa": seja a do regente num grupo numeroso (orquestra, coral, etc.), a do baterista numa banda, ou de um "ponto eletrônico" (ear - fone de ouvido), cada vez mais presente nas apresentações ao vivo com metrônomo, playback ou sequencer (gravações que complementam a execução)

Ou seja, é IMPRESCINDÍVEL estudar com metrônomo. Como já dizia minha professora de piano quando eu cursava a UNESP: "Ter um metrônomo é quase tão importante quanto ter o piano!" (veja, também, no blog: 8 passos de como estudar com metrônomo).